Quantas vezes você se pegou revivendo uma conversa que já passou, tentando entender o que poderia ter feito diferente… ou criando diálogos mentais com um futuro que ainda nem chegou? A mente gosta de se ocupar. Ela pula entre lembranças e projeções, buscando controle, explicações, certezas. Mas a alma não vive nisso. A alma vive no agora.
A maior parte do sofrimento humano nasce dessa desconexão com o momento presente. Quando não estamos aqui, não estamos em lugar nenhum. Ficamos como fantasmas da nossa própria vida, existindo num corpo, mas com a consciência dispersa em lugares que não existem mais — ou ainda nem se manifestaram. A ausência de presença é uma ferida coletiva. Uma espécie de anestesia que nos afasta da nossa verdade, das nossas escolhas e da nossa potência de transformação.
A presença, por outro lado, é o ponto de partida de toda cura. Porque é só no agora que temos a oportunidade real de mudar a direção de uma história. Nenhum trauma é curado no passado.
No campo sistêmico, sabemos que padrões familiares, dores ancestrais e memórias não resolvidas tendem a se repetir até que sejam vistas. E o único lugar onde elas podem ser vistas com consciência e acolhimento é o agora. Quando você escolhe parar, olhar, sentir — sem fugir — algo se move. A energia estagnada começa a circular. E o que parecia destino, passa a ser possibilidade.
A prática da presença não exige grandes rituais, mas eles ajudam. Ter uma rotina que honra o tempo sagrado da alma — com momentos de silêncio, respiração, conexão com o corpo e com a natureza — é uma forma de lembrar diariamente onde está sua verdadeira força. Quando você está presente, mesmo as pequenas coisas ganham significado. A água que escorre nas mãos, o vento que toca a pele, a palavra dita com intenção. Tudo vira ponte com o invisível.
É comum ouvirmos que “o tempo cura”, mas não é bem assim. O que cura é a consciência que você traz para o tempo que tem agora. É a decisão de habitar a si mesma com inteireza, de interromper o piloto automático e se reconectar com o que é essencial. E quando isso acontece, a vida começa a responder de um outro lugar. As respostas chegam, as repetições cessam, a intuição desperta.
Presença não é apenas estar — é escolher estar.
É escolher-se.
É um ato de amor, de coragem e de liberdade.
E por mais simples que pareça, é revolucionário.
Hoje, você pode apenas respirar fundo e sentir seu corpo. E talvez, nesse gesto pequeno, você reencontre uma parte sua que estava esperando ser vista há muito tempo.
Três práticas para se reconectar com o agora
Hoje, você pode começar com passos pequenos. Aqui vão três sugestões:
- Pausa consciente:
Três vezes ao dia, pare por 1 minuto. Respire. Sinta o corpo. Pergunte-se: “Como estou agora?” - Banho energético:
Durante o banho, visualize a água limpando não só o corpo, mas os pensamentos, emoções e energias acumuladas. - Presença sem pressa:
Escolha uma atividade comum — comer, caminhar, lavar a louça — e faça como se fosse um ritual. Com atenção plena.
Nenhum novo ciclo começa no futuro. Tudo acontece aqui. Agora. Neste instante em que você respira, lê estas palavras e se permite, talvez, sentir algo diferente.
“Hoje eu escolho estar presente. Eu me abro para o novo que nasce quando eu simplesmente estou.”